Discos que me marcaram neste ano. Cabaz de Natal :) (W.I.P.) Wednesday, Dec 13 2006 

Esta lista consiste basicamente nos discos que, por razões várias, me viciaram e marcaram neste ano, havendo desde os que foram lançados neste mesmo ano a outros mais antigos que, seja por os ter arranjado só em 2006 como por me ter dado a nostalgia por motivos diversos, fui buscá-los várias vezes para me acompanharem no dia a dia e, claro está, na mala de CDs que uso para as sessões que faço de música também.

Apesar de isto ser uma lista deveras pessoal, para quem não conhecer por algum acaso algumas das menções, aconselho todas vivamente, com as lojas especializadas em discos em segunda mão (como as Carbonos por exemplo), Fnacs e encomendas via Internet a recomendarem-se vivamente para quem estiver numa de compras. 😛

Comecemos então a lista de 30 dos CDs que me marcaram um pouco neste ano, sem ordem de eleição e peço já desculpa adiantado se alguns dos links para videos ou myspace não forem oficiais. 🙂

Ellen Allien & Apparat – Orchestra Of Bubbles (2006)

ellen-v2.jpg

Dois DJs e artistas de nacionalidade alemã resolvem juntar-se e fazer um álbum. Até aqui nada de novo, mas não é preciso muito tempo após o começo da primeira faixa e progressão do CD para sentirmos algo de orgânico neste álbum de música electrónica. Entre o electro, house e outros derivados, a maior parte das faixas são instrumentais e dividem-se entre o melancólico e as que dão vontade de abanarmos o corpo numa pista qualquer, assim como algumas das faixas contam com a voz de Ellen e uma com a de Apparat. É precisamente algumas dessas que também se destacam, como a excelente Way Out e a bela e hmm, etérea Bubbles que encerra o álbum.
No final sentimos que este é um trabalho variado a nível de melodias e que não satura ao contrário de alguns exemplos do género. Turbo Dreams, Way Out, Rotary (faço culto pessoal desta), Jet, Floating Points e Bubbles são algumas das faixas que ficam na cabeça e que se recomendam.

Página myspace: www.myspace.com/ellenallienbpc
www.myspace.com/apparat

Vídeo para a faixa “Way Out”: www.youtube.com/watch?v=Bu9o6Nt6xR0

Onde o encontrei? Na Carbono da Amadora, na altura usado e a 10€.

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Patrick Phelan – Cost (2005)

patrickphelan.jpgAqui temos um daqueles álbuns típicos de fazer arrepiar a espinha ao mais comum dos mortais, pelo menos se não forem insensíveis claro.
O ambiente de Cost é bastante calmo, com o vocalista a fazer-se acompanhar em muitas das faixas com uma guitarra acústica ajudado por bateria, e umas pitadas electrónicas noutras, e uma ou outra em que rasgos de guitarra eléctrica também dão um ar da sua graça como na excelente “Favor”, um dos momentos mais “mexidos” do álbum.
O que se destaca é mesmo a voz do senhor e o uso que ele faz dela assim como muitas das melodias que são tão simples como eficazes. Pop, Rock, Indie, wtv, chamem-lhe o que quiserem, mas este CD aos poucos e poucos entranha-se numa pessoa e parece que custa passarmos um dia sem ouvirmos sequer uma faixa do mesmo devido ao hábito agradável e vício que se instala.
Uma visita ao site myspace serve bem melhor o propósito do que estas meras palavras, por isso go!

Página myspace: www.myspace.com/patrickphelan

Onde o encontrei? Na loja Fnac do Chiado.

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Cranes – Loved (1994)

cranes.jpgCranes é daquelas bandas de culto que por razões estranhas, ou não…, acabou por ir ficando meio desconhecida para grande parte das pessoas. É também daqueles casos de uma banda que se ama ou odeia, em grande parte devido à voz muito particular da vocalista Allison Shaw, que lembra a de uma criança frágil.

Loved é o terceiro álbum da banda que vinha no seguimento dos excelentes Wings of Joy e Forever e, apesar de gostar também desses, Loved em alguns aspectos parece funcionar melhor em termos de conjunto e álbum em si, criando um ambiente contínuo. “Shining Road”, cujo vídeo podem vislumbrar em baixo, abre logo as hostilidades e é a primeira faixa que vicia uma pessoa completamente sem muito esforço, com “Reverie” a seguir-se na ordem das favoritas mais imediatas, pelo menos no meu caso. As reacções que esta banda provoca quando meto alguma faixa numa sessão de música são sempre curiosas, especialmente porque nunca aconteceu provocar indiferença como tantas outras coisas que passo, sejam elas boas ou não consoante o gosto pessoal de cada um. Mas com Cranes vem sempre alguém perguntar meio incrédulo se o que está a dar é essa banda, ou então vem alguém perguntar não menos surpreendido o que está a dar naquele momento por não conhecer. Para o bem ou para o mal, quando se ouve esta voz e a música da banda num espaço com som bem alto, realmente é complicado Cranes não se destacar. 😛

A banda hoje em dia ainda está activa e sempre pautou desde o início por abordagens nem sempre convencionais, com momentos por vezes bem caóticos nos álbuns, onde cacofonias mais dadas a tendências industriais se fundiam com faixas mais calmas que quase pareciam uma mistura de folk com outra coisa que não se arranja nome para definir e outros momentos de uma rara beleza bucólica. Certo é que Cranes, e este álbum em particular, levou-me para muitas “viagens” interessantes durante as rotinas dos transportes no dia a dia, durante o trabalho em momentos mais complicados, enfim, sendo dos álbuns que mais me deu gosto arranjar na altura, visto que não é assim tão fácil nos tempos que correm sem ser encomendando pela nossa cara amiga Internet.

Página myspace: www.myspace.com/cranes

Vídeo para a faixa “Shining Road”: www.youtube.com/watch?v=N-xM07aYYO8

Onde o encontrei? Em promoção na loja Fnac do Chiado, 9€ na altura 0_0.

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I Am X – The Alternative (2006)

i-am-x.jpgLonge vão os tempos que Chris Corner era um rapaz tímido e que não se sentia muito à vontade para cantar, a tal ponto que o primeiro álbum dos Sneaker Pimps contava com a presença de uma vocalista apesar das letras serem na sua maioria escritas por ele. Mas passado esse álbum, nos dois seguintes já assumia a posição de vocalista, e agora chegados a este segundo do seu novo projecto intitulado I Am X é engraçado vermos como as coisas mudam, ao vermos uma pessoa que sente bem o poder da sua voz e da sua presença física também, nem parecendo a mesma pessoa dos primeiros tempos.
Mas realmente a voz…a voz..deste senhor é assim uma coisa incrível. O timbre, as melodias que emprega, é sem dúvida das melhores vozes masculinas que tive oportunidade de ouvir nos últimos anos.

Chegados a este The Alternative, vínhamos do muito bom Kiss & Swallow de à uns anos atrás, que fora outras faixas tinha no tema título daquelas músicas que ainda hoje são de culto e favoritas entre alguns de nós, sendo uma fasquia sempre complicada de ultrapassar. The Alternative pode não ter, eventualmente, alguma faixa desse calibre, mas em termos de álbum em si é muito melhor na minha opinião e, exceptuando uma faixa ou outra, acabei por gostar e ficar viciado na maior parte das músicas do álbum. A linha sonora anda entre o electropop com reminiscências de algum trip hop também nalguns temas mais calmos, com algum rock alternativo pelo meio à mistura. Os temas que se destacam são demasiados e cada dia parece que aparece um novo favorito, havendo tanto faixas para quando nos sentimos com aqueles melancolias estranhas no final do dia, como quando queremos é dançar ou cantar que nem uns perdidos, com a tal voz a ajudar muito também.

Apesar de ambos os álbuns deste projecto terem-me acompanhado durante o ano, The Alternative leva a palmatória não só por o achar melhor, mas também por ter sido lançado este ano e o ter descoberto por essa razão à menos tempo que o anterior. A consumir avidamente.

Página myspace: www.myspace.com/iamx

Vídeo para a faixa “President”: www.youtube.com/watch?v=_ReYMAuHZ0g

Vídeo para a faixa “Spit It Out”: www.youtube.com/watch?v=QX3NRyBBM54

Onde o encontrei? Encomendado pela loja alemã da Amazon (www.amazon.de)

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Simple Minds – Empires and Dance (1980)

simple-minds-v2.jpgOra aqui temos daqueles momentos e exemplos que mais olhares “wtf?” provocam tanto numa noite em que meto música, como quando alguém que não conhece isto fica a olhar para mim quando lhes digo que banda é. *Sim, ouviste bem, isto é Simple Minds*

Uma das bandas pioneiras do movimento “pos-punk” (wtv that means), os Simples Minds infelizmente acabaram por ficar conhecidos é pela sua tendência que se viria a revelar mais tarde por um rock manhoso meio xunga, o que os torna daquelas bandas fáceis de odiar, daí as tais reacções incrédulas quando algumas pessoas houvem a música que faziam nesta altura, ainda mais porque os elementos da banda eram os mesmos.

Este Empires and Dance era já na altura o terceiro álbum da banda e como se pode constatar, já tem 26 anos, e os ritmos e mesmo a voz fazem lembrar a música que uns certos Joy Division também faziam na altura. Voz cavernosa, conteúdo político, ritmos onde o baixo é predominante, este álbum para mim encaixa-se perfeitamente numa altura em que também tínhamos os primeiros esforços dos Echo & The Bunnymen, U2 e referidos Joy Division, tendo sido tão marcante como todos esses exemplos. I Travel, Celebrate, Today I Died Again, This Fear of Gods, esta última com um ritmo constante ultra viciante que chegou a provocar reacções recentemente como “O que é isto? É que é muito bom, parece uma onda meio Dub” “Erm, what, Simple Minds, wtf?”

Numa altura a que a juntar aos exemplos acima tínhamos igualmente uns Depeche Mode ou New Order, é engraçado vermos como uma banda como os Simple Minds é tão pioneira como essas todas, e este álbum tem desde o início ao fim um ambiente contínuo meio apocalíptico como acontece noutros álbuns da altura. E num tempo em que temos tantos ressuscitares de influências do passado em bandas como os Interpol, Editors, She Wants Revenge e outras, é sempre bom ouvir-se e conhecer um dos exemplos de onde muitas dessas coisas vêm.

Um álbum que merece a pena descobrir, e que infelizmente não se encontra na Internet grandes exemplos decentes no YouTube ou no myspace, como tal tentem descobrir por outros meios. Típico exemplo de culto que faço tenções de ter sempre comigo não só por gostar do álbum mas também para chatear alguém sempre que possível com a frase da praxe *ouve isto man*. 🙂

Onde o encontrei? Na Carbono da Amadora, na altura usado e a 5€…

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Mono (Japan) – You Are There (2006)

mono-v2.jpgEstes Mono, não confundir com a banda trip-hop com o mesmo nome, são um quarteto oriundo do Japão que se dedica a fazer música instrumental. Duas guitarras, baixo e bateria, acompanhados por vezes por convidados nos violinos e sintetizadores por exemplo.

As paisagens sonoras que a banda compõe são profundamente cinemáticas e cada álbum do grupo é uma viagem, e não só para os sentidos. Como a ambiência que a banda provoca é muito peculiar, também é preciso a disposição certa para ouvirmos um disco da banda. Muitas das músicas demoram também vários minutos, havendo um crescendo emocional e dos instrumentos até ocorrerem explosões sónicas, o que no todo requer mesmo uma atenção especial do ouvinte para não se dispersar e deixar-se então ir pela música da banda.
Este You Are There continua esse percurso da banda, notando-se a cada álbum arranjos cada vez mais complexos e intimistas, assim como na própria mood dos discos, onde os crescendos são mais elaborados. Certo é que a banda tem um dom para as melodias, por vezes tristes, outras vezes mais para o melancólicas, e mesmo quando as guitarras explodem tudo parece estar no seu lugar certo.

Mono (Japan) é daquelas descobertas pessoais de há uns bons anos atrás que até hoje figura nas minhas bandas de eleição, mesmo que apenas para os tais momentos certos. Uma visita ao link não oficial do myspace abaixo é vivamente aconselhada.

Página myspace: http://www.myspace.com/monojapanrock (página não oficial)

Onde o encontrei? Na loja Fnac do Chiado.

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Pretty Girls Make Graves – The New Romance (2004)

pretty-girls.jpgSegundo álbum da banda, este disco nunca mais parou de andar em rotação aqui destes lados desde que saiu, mostrando uma grande evolução da banda a todos os níveis, ao contrario do seu mais recente Elan Vital lançado este ano, que me desiludiu sobremaneira.

A onda sonora é um rock alternativo numa linha que lembra tanto uns Yeahs Yeah Yeahs como PJ Harvey dependendo das faixas, assim como noutras tem um je ne sais quoi muito próprio tanto por culpa da vocalista como pelos músicos em si, com várias faixas a terem mudanças de ritmo excelentes, transformando-se em algo diferente do inicial, como “The Grandmother Wolf” só para dar um exemplo, que tem um final tocante e calmo ao contrário do início acelerado. O álbum é todo muito bom e tal como no aqui citado de I Am X, a cada dia descobrimos uma nova faixa favorita, sendo uma presença regular há algum tempo em quase todas as noites que tenho feito. Existem músicas para todas as moods e é dos álbuns mais consistentes que se pode encontrar no género.

Página myspace: www.myspace.com/prettygirlsmakegraves

Vídeo para a faixa “All Medicated Geniuses”: http://youtube.com/watch?v=l198pVjx9ys

Vídeo para a faixa “This Is Our Emergency”: www.youtube.com/watch?v=GWhzAWUla_M

Onde o encontrei? Encomendado pela CD WOW (www9.cdwow.ie)

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Bright Eyes – Digital Ash In A Digital Urn (2005)

bright-eyes.jpgOs Bright Eyes são daquelas bandas que achei piada a algumas faixas dos álbuns anteriores mas nunca me interessei seriamente em arranjar os mesmos, com isso a mudar neste caso, num álbum lançado em simultâneo com outro que seguia a onda mais habitual da banda, que para agora não interessa.

Em Digital Ash vemos a banda a enveredar por um caminho diferente, a usar máquinas em conjunto com instrumentos tradicionais, assim como encontramos colaborações de membros dos Postal Service e Yeah Yeah Yeahs, com o álbum a lembrar por vezes o experimentalismo de um certo Kid A dos Radiohead com outros momentos pop mais convencionais. A voz do vocalista lembra em algumas alturas a de Robert Smith dos Cure e para algumas pessoas pode demorar um pouco até se tornar agradável devido ao timbre peculiar, mas a música é que já não tem muito a ver com essa banda.

Este álbum tem muito que se lhe diga e pouco depois da intro as palavras “shh shh, don’t talk” proferidas pelo vocalista fazem todo o sentido pedindo a nossa atenção. Uma banda que por terras do Tio Sam até é algo popular mas que por cá nem se ouve assim tanto, ou pelo menos eu não tive esse sorte. Se bem que realmente este álbum foi mesmo o único que me tocou deles not sure why, apesar de ter dividido as opiniões dos fãs devido a ser diferente.

Já agora, a Fnac baixou recentemente o preço deste CD, por isso é de aproveitar para quem esteja eventualmente interessado.

Página myspace: www.myspace.com/brighteyes

Vídeo para a faixa “Gold Mine Gutted”: www.youtube.com/watch?v=Go5zRre_Y-4

Onde o encontrei? Na loja Fnac do Chiado.

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Kitchens of Distinction – Capsule: The Best of 1988 – 1994 (2003)

kitchensdistinction.jpgDizer que gosto desta banda é favor, porque além do culto que faço dela tem certas faixas que marcam uma pessoa por motivos diversos, consoante a vida de cada um.

Criminosamente ignorada tanto nos anos 80 como 90, esta banda tem um som que tanto lembra a espaços algo dos Chameleons devido ao som da guitarra como uma ou outra banda do movimento shoegazer (wtv i know) devido às descargas sónicas recheadas de distorção de outras faixas. Certo é que esta banda composta por apenas três elementos deixou por aqui a sua marca desde que a descobri a primeira vez, e este best of é uma boa aquisição e ponto de partida para quem quer conhecer a banda, encontrando-se aqui muitas das melhores faixas dos Kitchens, incluindo aquela que faz parte do meu top ten pessoal ever, a par da “Second Skin” dos Chameleons e da “When the Sun Hits” dos Slowdive, e que duvido que alguma vez de lá vá sair. Falo da faixa “Mad as Snow” que é daquelas coisas que tem de se ouvir e sentir mesmo na pele para perceber o possível porquê. Então perto do final com toda a parede sónica da guitarra, crescendo brutal e ouvindo-se mais uma vez o vocalista a cantar….”close your eyes, they’ve all gone now” é mesmo…jesus, e parece que se faz uma luz brutal nessa altura em que parece que atingimos um estado estranho, mistura de paz com termos alcançado algum lugar que não neste planeta…

Página myspace: www.myspace.com/kitchensofdistinction (podem ouvir aqui, entre outras, a Mad As Snow, uma das melhores canções ever para mim. :))

Vídeo para a faixa “The 3rd Time We Opened the Capsule”: www.youtube.com/watch?v=QLzY-PISy-k

Vídeo para a faixa “Quick As Rainbows”: www.youtube.com/watch?v=5ryslV-eZ1Y

Vídeo para a faixa “Drive That Fast”: www.youtube.com/watch?v=cDQuYz160IQ

Onde o encontrei? Na Carbono da Amadora, na altura usado, edição limitada de 2CDs a 10€.

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Film School – Film School (2006)

film-school.jpgOuço aqui uns The Cure, Chameleons, como também uns My Blood Valentine ou Jesus & Mary Chain além de outras influências. Mas tal como muitas bandas novas que vão buscar a um certo passado inspiração, antes isso que inspirarem-se noutras coisas cof…

Film School, a par de outros discos mais filiados na nova vaga de rock Indie, música Alternativa ou o que lhe quiserem chamar, destaca-se por ter mais qualquer coisa além das inspirações óbvias, apresentando outro trabalho coeso que nos transporta para outros tempos, dando vontade de nos abanarmos lentamente ao sabor da musica, e porque não, acompanhados de uma cerveja ou copito de vinho também. Pelo menos para estes lados, e de preferência num bar ou clube meio obscuro recheado de fumo. E sinceramente não deverá tardar muito até isso começar a acontecer em alguns locais deste país se conheço bem algumas pessoas e locais mais dados a passarem este tipo de sonoridades.

Página myspace: www.myspace.com/filmschool

Vídeo para a faixa “11:11”: www.youtube.com/watch?v=F7OCM2yOKJ8

Onde o encontrei? Na Fnac do Colombo

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Dream City Film Club – Dream City Film Club (1997)

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Proveniente da editora Beggars Banquet, a mesma dos Film School e já agora dos Bauhaus também, a música dos Dream City Film Club não tem muito a ver com essas duas bandas apesar de partilharem a editora e a palavra Film da banda referida mais cima.

Entre um rock dos Stooges, músicas mais calmas de rara beleza melancólica e rasgos sónicos que numa sessão qualquer não destoariam a seguir a uns Sonic Youth, o espectro musical deste disco acaba por ser variado. Estranhando-se a início para depressa começar a entranhar-se na nossa mente, de disco não fácil passa rapidamente a figurar naqueles grupos de discos que gostamos de mostrar aos amigos tipo pequeno segredo para depois o tentarmos partilhar o mais possível com quem quer que seja.

Não é um disco que se ouça todos os dias, mas volta e meia lá o metia na pen MP3 para ouvir nem que fosse alguma das faixas em particular. No geral gosto do disco todo, mas certas faixas como If I Die I Die, Porno Paradiso, Filth Dealer, Because You Wanted It, Situation Desperate, Shit Tinted Shades (não tarda listava todo o disco lol), destacam-se a pouco e pouco, apesar de outras que também vão ficando na memória.

Página myspace: www.myspace.com/dreamcityfilmclub

Onde o encontrei? Na Carbono de Lisboa, na altura a €5.

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Lali Puna – Faking the Books (2004)

lali-puna.jpgLali Puna é outra daquelas bandas que nos primeiros álbuns despertou-me a curiosidade mas sentia faltar sempre qualquer coisa. Tal como outra banda de nome Calla (a surgir neste especial aqui mais tarde também), a cada novo álbum nota-se um maior equilíbrio entre experimentalismo e acessibilidade.

No caso deste Faking the Books as guitarras aparecem mais vezes em conjunto com a electrónica, e mais músicas aproximam-se do formato “convencional” digamos assim. Mesmo que isso possa desiludir alguns dos primeiros fãs da banda, certo é que no meu caso torna as coisas mais agradáveis de ouvir, e sinceramente acho que a banda não comprometeu em nada a sua visão e estilo musical mesmo com tais mudanças. Entre um rock meio alternativo e indie, e outras faixas mais calminhas numa veia electrónica, é um álbum que se ouve bem do princípio ao fim, assim como tem várias faixas para passar para quem se dedique a isso. Até metia aqui algumas faixas de destaque, mas sinceramente gosto mesmo do álbum todo, desde a primeira que dá título ao disco e tem algo de mágico, até ao resto.

Página myspace: www.myspace.com/lalipunalalipuna

Vídeo para a faixa “Micronomic”: www.youtube.com/watch?v=Yrrzf_DYP1Q

Onde o encontrei? Na Carbono da Amadora, na altura em promoção a 10€.

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Electric President – Electric President (2006)

electric-president.jpgOriundo da mesma editora de Lali Puna, Electric President é outro daqueles discos que rapidamente vicia uma pessoa, como se comprovou com todas as pessoas que o mostrei, sendo um dos vários CDs que trouxe de Praga quando lá estive este ano. Na altura a descoberta surgiu através de um outro CD que fui comprar numa loja, em que a pessoa que me atendeu disse se curtia essa banda e estilo de som, que deveria curtir algo que ele tinha lá recente, de nome Electric President. Dito e feito. Como tal mal cheguei cá comecei a espalhar a palavra lol.

A espaços a música lembra uns Postal Service nas suas alturas mais calmas e é um disco essencialmente com um ambiente meio relaxante, pautado pelo uso de máquinas e uma ou outra guitarra. Mas essencialmente é um disco calmo, que ajudado pelas vozes masculinas calmas e com um timbre suave, entranha-se a pouco e pouco. Mesmo sendo calmito, é um bom disco para qualquer ocasião, se bem que no caso de uma sessão de música calhe melhor nos começos e finais da noite, criando sempre um toque especial às mesmas.

Página myspace: www.myspace.com/morrelectric

Vídeo para a faixa “Insomnia”: www.youtube.com/watch?v=oZ7mdweRNs0

Onde o encontrei? Na minha viagem a Praga este ano, numa das lojas da cidade.

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The Innocence Mission – Small Planes (2001)

innocence.jpgTodos os álbuns desta banda são bons, mas escolhi este porque teve algum peso neste ano de 2006, muito por culpa de uma certa faixa do mesmo que dá pelo nome de “Today”. Pessoalmente é das músicas mais belas que já ouvi até hoje e várias faixas desta banda têm potencial para fazerem o mesmo a qualquer pessoa dependendo de cada um.

The Innocence Mission é daqueles casos que tem evoluído um pouco ao contrário de outras bandas já referidas neste especial, visto que a cada álbum e consoante a banda vai envelhecendo (afinal de contas já existem hácerca de 20 anos), o ambiente tem ficado cada vez mais calmo e bucólico com o tempo, onde os ritmos ficam mais frágeis e delicados, enquanto nos primeiros tempos havia um certo ritmo mais acelerado nesses álbuns, em várias das faixas.

Além deste álbum ser muito bom, mais incrível ainda é ser composto por b-sides e outakes de outros álbuns, o que atendendo à qualidade das faixas incluídas é de ficar mesmo meio pasmado. Para quem gosta de vozes femininas estilo a dos saudosos The Sundays, e em alguns laivos da voz de Elizabeth Fraser dos Cocteau Twins, então poderá gostar do ambiente desta banda. Mas se realmente há exemplos do que se pode chamar de voz angelical é mesmo da vocalista destes Innocence Mission.

Uma banda que faço grande culto pessoal, e que entre amigos tem sido daqueles segredos que tentamos espalhar o mais possível. Não sei se este será o melhor álbum para começar a conhecer a banda, mas sinceramente aconselho todos a quem a queira descobrir, apesar de “Glow” e “Umbrella” serem bons álbuns para começar. Mas ya, para 2006 este “Small Planes” acompanhou-me muitas vezes, e não foram poucas as vezes que acabei sessões de música com a tal Today.

Para quem gosta de música calma e algo melancólica não hesitem. Tanto dá para viajarmos algures ouvindo o som, como para chorar, pensar na vida, beber um copo ou o que seja. Mas é realmente muito difícil que a música desta banda não afecte uma pessoa seja de que maneira for. A descobrir com urgência.

Página myspace: www.myspace.com/theinnocencemissionPA

Vídeo para a faixa “And Hiding Away”: www.youtube.com/watch?v=6WTgUrC7oDA (não é deste álbum, mas hey, não se pode ter tudo :P)

Onde o encontrei? A melhor opção é mesmo a loja UK ou DE da Amazon

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Blonde Redhead – Misery Is A Butterfly (2004)

blonde-redhead.jpgMais outra banda que faço culto pessoal, mas só deste álbum em questão. Antes deste álbum os Blonde Redhead podia-se dizer que praticavam um rock tipicamente Indie (ou pelo menos ao que se chamava Indie antes…), fazendo lembrar em alguns momentos a escola de uns Sonic Youth ou Band of Susans, mas…algo iria mudar drasticamente até chegarmos a este álbum da banda.

A certo momento na sua vida, o membro feminino da banda, que dá voz a grande parte dos temas da banda, teve um acidente, nomeadamente uma queda de cavalo que a iria desfigurar por um longo tempo. Como tal este álbum foi gravado após um penoso período de recuperação, sendo exactamente devido a este episódio que vemos várias imagens e outras coisas que remetem para cavalos e este acontecimento no booklet do CD e nos vídeos feitos para faixas deste mesmo álbum.

Certo é que para o bem ou para o mal, as coisas mudaram também musicalmente e temos agora uma banda que usa de maneira eficaz melodias frágeis associadas às vozes da vocalista e de um vocalista, assim como pelos fundos sonoros. Difícil de escrever a música da banda neste álbum, isto tanto me lembra momentos de rock “alternartivo” como ao mesmo tempo Sigur Rós devido às vozes, mas realmente é daqueles álbuns que tem de se ouvir porque é difícl de descrever, a não ser que é um trabalho bastante belo. Em relação aos velhos tempos da banda, a única faixa que lembra a espaços isso é a última do CD, a “Equus”, de resto isto parece uma banda totalmente diferente. Apesar da minha faixa favorita ser a “Messenger”, o mais certo é adorarem o álbum todo como eu, e a cada dia preferirem uma faixa diferente.

De notar que descobri este álbum da banda antes de ir para Praga e devido a pessoas dessa cidade. Caso contrário o mais certo era tê-lo ignorado devido aos trabalhos anteriores da banda que nunca me despertavam grande atenção heheh.

Página myspace: www.myspace.com/tributeblonderedhead

Vídeo para a faixa “Melody”: www.youtube.com/watch?v=hXzSXs0PMO4

Vídeo para a faixa “Equus”: www.youtube.com/watch?v=uqOgFHi_OdM

Vídeo para a faixa “Messenger” (Live): www.youtube.com/watch?v=8fRN7KZxFco (Minha faixa favorita do CD)

Vídeo para a faixa “Misery Is A Butterfly ” (Live): www.youtube.com/watch?v=ne1VB82GZvk (whoa..)

Onde o encontrei? Na loja Fnac do Cascais Shopping.

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I Love You But I’ve Chosen Darkness – Fear Is On Our Side (2006)

i-love-you-but.jpgAqui temos outra banda e álbum recente que, ao contrário de outras bandas recentes que andam um pouco na moda, não me saturou até ao momento. Talvez seja, tal como Film School, que as suas influências pareçam vir de coisas como os Chameleons, Talk Talk ou Psychedelic Furs, mas realmente não sei bem porquê, mas este álbum não farta.

Entre um rock melancólico dos 80’s, baixo proeminente e muralhas de guitarra que nos transportam para alguns locais curiosos, este álbum ouve-se muito bem do princípio ao fim, sendo daquelas descobertas que tenho abusado sempre que me lembro no que toca a podcasts e noites de música.

Basta começarmos a ouvir o começo da primeira faixa “The Ghost”, com o seu crescendo gradual, para sentirmos que algo meio especial se avizinha.

Só resta agora é esperar que não aconteça a esta banda, Film School e outras, o que aconteceu com os Chameleons, Kitchens of Distinction e The Sound nos 80’s por exemplo, onde só certas bandas de uma dada altura e inseriadas num certo núcleo sonoro é que tiveram sucesso e outras teimaram em ser ignoradas.

Página myspace: www.myspace.com/chosendarkness

Vídeo para a faixa “The Owl”: www.youtube.com/watch?v=CD6VgRUE1y0

Vídeo para a faixa “According To Plan”: www.youtube.com/watch?v=tw1T9sQ5gBU

Onde o encontrei? Encomendado na Carbono da Amadora.

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The Sound – From the Lion’s Mouth (1981)

the-sound.jpg

 bla bla bla

Página myspace: www.myspace.com/thesounduk

Vídeo para a faixa “Winning” (Live) : www.youtube.com/watch?v=DYsJIphVVwA

Vídeo para a faixa “Sense of Purpose” (Live): www.youtube.com/watch?v=gb38SyLBZXw

Onde o encontrei? Edição remastered na Fnac do Chiado

The Postal Service – Give Up Tuesday, Oct 31 2006 

1. District Sleeps Alone Tonight
2. Such Great Heights
3. Sleeping In
4. Nothing Better
5. Recycled Air
6. Clark Gable
7. We Will Become Silhouettes
8. This Place Is A Prison
9. Brand New Colony
10. Natural Anthem

Falar de música é sempre algo de muito complicado visto que tudo tem a ver com sensações, os momentos em que ouvimos as músicas e, essencialmente, a individualidade e maneira de ser de cada pessoa. Mas por vezes há obras que transcendem um pouco fronteiras e consequem agradar a qualquer pessoa, sendo este álbum um desses casos.

Give Up dos Postal Service é um album filiado na electrónica em termos de tapetes sonoros, conseguindo transmitir uma estranha alegria misturada com melancolia no decorrer de todo o álbum devido às melodias viciantes, que tanto fazem um corpo querer dançar como a dada altura ficamos a olhar para o nada e apenas nos deixamos ir, mas também pela dualidade de vozes e tom empregado pelo vocalista masculino que é acompanhado por uma segunda voz feminina na maior parte das faixas.

O início calmo dá o mote e desafiamos qualquer pessoa a não começar a mexer a cabeça ou um dedinho sequer por alturas da segunda faixa, a excelente Such Great Heights, na qual só apetece cantar lalala na altura do refrão e agradecermos por estarmos vivos, mesmo que continue a haver a tal sensação melancólica por tempos e momentos que já lá vão difícil de explicar por palavras, mas que faz todo o sentido ouvindo o álbum e que mantém-se do início ao fim. A maior parte das faixas tem um ritmo contagiante e não por terem trezentas mil batidas por minuto, mas sim pela subtileza das melodias, assentes em batidas calmas, simples e num trabalho delicado dos sintetizadores.

Essencialmente este é daqueles álbuns em que a palavra bela faz todo o sentido. Tanto dá vontade de chorar como dançar, de ouvir num quarto como numa pista de dança, um registo intemporal que promete agradar a qualquer tipo de pessoa, qualquer que seja a idade.

Para aos interessados o álbum tem estado à venda nas melhores lojas do país como Fnacs, a um preço entre os 15 e 20 euros.

Para os mais curiosos, aqui fica o vídeo da excelente Such Great Heights: http://www.youtube.com/watch?v=hMOkfI7wCrI